terça-feira, 26 de abril de 2011

Adianta lutar?


Serão as palavras que escrevo,
Lidas algum dia por alguém?
Será que ao olhar para elas,
Irá ver, como que reflectida um espelho, a sua própria imagem?

Será que alguém ouve o meu pensamento?
Será que, enquanto faço arrastar a caneta
Para escrever a voz que ouço.
Alguém fala com meu pensamento?

Que adianta as comparações que faço,
Se nada muda á nossa realidade,
O sol queima, quando tem que queimar,
E a água molha, mesmo que quente ou fria.

Quando conseguirei fazer o mundo girar ao contrário?
Quando é que o mundo começou a girar ao contrário?
O planeta abanou,
E com ele mudei.
Mas,
Como e quando foi tudo mudar?
Meu sangue secou.
Foi-se quem sempre amei, embora
Sem saber porquê,
Nada me deixa deixar de sonhar.






Anseio pelo infinito,
Algo sem um fim quero alcançar.
O limite, o inimaginável.
Sim isso por alguém foi feito e dito,
E que aqui me veio amarrar,
Comparando o inigualável.

A musica mudou de tom,
As notas arrastam-se pelas cordas,
E o piano parou.
E o resto?
Jamais terei o mesmo dom,
Quais forças ataram as cordas,
Às quais minha vida se amarrou.

Serão sempre palavras para o vazio,
Aquelas que lês no papel,
Sem ter coragem nem forças
Para as mostrar,
Para as dizer,
A quem com tal amor me motivou.

Sinto-me como um barco á deriva,
Que vagueia ao sabor do mar,
Viajando no tempo sem tempo,
Sabendo que não sabe o que encontrar.

Nele vejo agora o espelho,
E sinto que como ele, eu existo,
Reparo que a existência já existe,
E que é sabido o futuro,
Tão certo como sabemos o passado,
Aquele passado que teimo em fazer presente…

Acerca de mim

A minha foto
porto, gondomar, Portugal