sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sonhei um beijo contigo.

Houve um dia em que sonhei com algo proibido, nesse sonho tinha quem sempre quis ter por tempo indefinido.

Acordo com uma sensação de choro, levanto-me da cama e vou ate ao terraço do meu apartamento, com a brisa fresca que paira no ar acendo mais um cigarro e sento-me na cadeira fria, encosto-me para trás e penso por onde viajei. Abro os olhos e reparo que sonhei…
Pergunto porque tinha de acabar esse lindo sonho, porque chegou ao fim essa doce fantasia que nos sequestra da realidade. Enquanto a realidade me puxa para fora desse sonho, lembro-me com o que sonhei, sim, sonhei contigo.

Sem saber como, agarro a tua mão e puxo-te para mim, como se te salvasse de um tiro perdido, perco-me entre a adrenalina de tal coragem e a suavidade da tua pele. Penso que naquele momento sou o teu herói, mas lembro-me que sou cobarde demais para reclamar esse estatuto e como tal largo teu corpo como se a pequena distancia fosse o vale da morte entre nos dois.
Nossos olhares cruzam-se comunicando entre si lendo poemas e palavras que nunca serão ditas pelas nossas bocas. Minha cabeça se baixa em tom de cansaço pela batalha que já há muito que não lhe pertence, após te virar as costas para seguir o meu caminho, ouço o meu nome…
Ouço de tal forma bonita que duvidei que fosse por mim quem chamariam. Onde estaria o dono de tal voz linda e meiga, que me chama? Como se esconde um anjo mesmo diante dos meus olhos e apesar de saber que ele existe, como me foi impossível não o ver?

Pegaste na minha mão e me levantaste a cabeça para desta vez me falares, pela primeira vez a tua boca ia comunicar com meus olhos, olhos por onde escorria o medo de acordar daquilo que só poderia ser um sonho. A seda com que pareciam ser feitos os teus lábios diz:

-apesar de estares a sonhar, nunca o deixes de fazer! -essas palavras foram como se uma faca espetasse no meu peito.
Ganhando coragem levanto o meu olhar para os teus olhos, estes estavam transformados, como se tivessem luz própria como se o sol se escondesse no fim do dia no meio do oceano dando assim dia á escuridão do mar, tento sentir teus cabelos mas tal não me é permitido devido á suavidade com que escoassem na leve brisa que passa. Noto que as minhas mãos são de pedra que não deixam sentir o mais suave dos toques e ai choro, choro pelo que mais desejo me ter sido negado, a razão do sonho esta ao meu alcance mas estou proibido de o sentir.
Desesperado por tamanha dor estar no mais forte do meu ser pergunta:
-porque te tenho em meu sonho e não te posso sentir, onde esta a justiça de toda uma vida? Quando grito, quem me ouve? E porque demora?
Ao qual tu meu anjo respondeste com tamanha calma:
-reparamos agora que és mais que aquilo para que foste feito, és parte de algo bem maior que nós e por isso estarás de certa forma sozinho pois em ti vai começar uma nova historia. A minha presença neste sonho é só para te dar algo para teres forças, algo que nunca mais vais esquecer mas que não vais desejar lembrar…



Então foi quando os meus lábios sentiram o verdadeiro sabor da felicidade, como se um doce passasses por eles e deixasse um leve sabor doce para que se pudesse sentir mas sem nunca poder ter mais, ao sentir teu sabor viajei pelo mundo de emoções e sensações, meu corpo perdeu as forças ate de respirar precisando de ajuda ate para a tarefa motora mais simples de todas.
O beijo que mais parecia um cruzeiro por zonas exóticas navegava na minha cabeça por onde passava tudo e mais alguma coisa.

A força da realidade começa a afastar os nossos corpos e assim sinto o desespero de quando sabemos que algo vai acabar, o beijo chegara assim ao seu fim. Sem tirar os meus olhos dos teus sinto nossas mãos suadas a viajarem por entre elas, com os dedos a desejarem sentir cada milímetro por onde passam.

-não, não vás, fica, fica comigo! -pedi em tom de desespero.
A resposta que ouvi foi:
-poderás beijar-me sempre que quiseres, mas apenas para isso terás que sonhar…
-como ficarei quando acordar?
-quando acordares, não te lembraras de mim, não te lembraras quem beijaste, apenas sentiras o vazio, esta foi a melhor viagem da minha existência, por isso só a recordação do sentimento nos é permitida guardar para sempre…


A viagem tinha acabado, abro os olhos e reparo que estou gelado, o cigarro estava apagado e a lua já não estava no mesmo lugar. Levanto-me triste e com o rosto molhado.
Deitei-me na cama e pedi para sonhar outra vez com aquele anjo, como foi lindo o sonho, mas sei que esse sonho magoa, dói muito essa fuga da realidade pois não passa mesmo disso, de uma simples escapadela da realidade…



Antes de adormecer percebo que nada comandamos, nada controlamos por mais que queiramos. Por isso só me resta desejar com mais um sonho para te tornar a ver e acima de tudo para te tornar a sentir.
Só nos sonhos o meu sonho pode ser real…

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nova vida



Tudo o que te poderei dar será apenas um pouco daquilo que tenho vontade.
Não sei de todo aquilo que me espera, para servir de consolação tenho na lembrança aquilo que me ensinaram a ser e não ser, a fazer e não fazer, mas a duvida que nasce em mim é a mesma que nasce a todo o ser humano, serei capaz?
Não posso mentir e dizer que estou preparado, nem posso dizer que não estou um pouco assustado com tamanha mudança, mas também não posso negar que já não estou indiferente a essa mudança, certo é que já não posso viver sem esse pensamento, sem esse desejo.
Tenho a forte esperança que esta fonte de vida venha mudar mais ainda a minha vida, isso sei que vai acontecer mas espero que me mude a mim como pessoa, que mude minha maneira de pensar, de agir e acima de tudo minha maneira de amar…
A minha luta continua e agora sei que nunca vai acabar, afinal de contas certas pessoas são destinas a isso mesmo, a batalhar ate ao fim do seu destino, ate ao fim dos seus dias, mas engana-se quem pensa que estou preocupado, se foi coisa que a vida me ensinou apesar da minha tenra idade foi a não sofrer por antecipação e sendo assim que a preparação é a nossa melhor arma para enfrentar todas as batalhas ou melhor a dura batalha da vida…

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

o inicio da continuaçao da minha viagem

Beatriz,

É o nome da minha princesa, a minha continuação está no mundo e é um bebé lindo. Apesar de um pouco agitada não deixo de me sentir orgulhoso por ter concebido uma menina perfeita, linda e saudável...

Apesar de já estar a contar com a forte mudança, o impacto é tão grande que parece termos um camião em cima das costas, mas no fim do dia ao vê-la dormir é muito gratificante ver a cara de anjo que esta postada diante meus olhos.



Esta foi uma pequena fala sobe o que sinto em ser pai pela primeira vez, mas o que me leva realmente a escrever é sobre como a vida nos pode pregar tamanhas partidas e nem com isso verter uma lágrima que seja e o mais difícil de entender é que nem nos deixa a nós verter uma lágrima.

Quando me deparei com ela pensei que mais um degrau estava a ser formado diante da minha vida, mas depois vi que não tinha razão para me preocupar com ele pois seria insignificante, mas mais tarde e ao aproximar-me dele, reparo que este degrau se transformou num muro forte, uma parede que seria intransponível. Na parede esta escrito a seguinte palavra, “MORTE”!

O que pensar quando sabemos que o ser mais importante para nós tem este muro sobre as costas e que só ele o pode transportar? Como podemos nós que estamos de fora ver e ficar ao ver que nada podemos fazer? Pensei que com a criação de vida o rosto da morte fosse aniquilado e esse muro fosse destruído, pensei que a uma nova vida fosse anular o destino de cada ser humano, neste caso do ser humano mais importante da minha vida.

Fiquei anestesiado, como se parasse no tempo e tudo o que me rodeia gira-se sob o meu olhar paralisado pelo horror do presente que me esta diante das mãos.
Sendo a alegria a fonte de vida do Homem pensei em criar uma fonte infinita para que dela pudesse beber e o muro desfazer. Fiz a Bea…

A noticia caiu como um banho dessa doce água que transbordava da fonte, o muro deixou de existir por instantes, a vida retomou o seu rumo normal, como se até o pequeno degrau nunca tivesse existido, e então eu acreditei que seria possível, acreditei naquilo que sempre pensei ser a realidade, o bem ganha ao mal.


Mas o que é certo é que o meu maior desejo tornou-se no meu maior choro, a minha força e vontade de gritar por mais uma vida ter vindo, ficou-se pelo sorriso leve e com medo, a felicidade que existe dentro de mim não consegue sair na sua totalidade pois não é completa, eu queria mais… mas o mais foi-me negado.

As recordações são cada vez mais constantes e de tal forma que só consigo pensar num futuro que sei que jamais existirá. Como contornar os escombros do muro que finalmente caiu? Como aliviar o peso que ainda está em mim? Será que a felicidade dói sempre assim? Sim, para mim neste momento posso dizer que sou feliz, tenho o que preciso para tal e vou tendo o que quero mas não posso deixar de dizer que a minha felicidade dói, dói, dói sem parar, sem cessar por instantes sequer para poder ganhar novo fôlego, dói porque o motivo da minha felicidade não está mais comigo.


Se posso dizer que sou feliz, posso também reclamar, pois o preço foi muito alto para isso, e se assim é não o sou, pois não vi Deus, não vi a Sua Obra naquilo que me aconteceu.

Não vou dizer que estou chateado com Ele, mas o pior é que estou triste pois vejo que Ele não passa de um ser comum inventado pela sociedade para os fracos de espírito, para quem não tem coragem de pensar por si mesmo. Onde está a justiça que Ele tanto reclama?


Resta levantar-me, erguer a cabeça, e caminhar para o que resta, caminhar para o inicio do resto da minha vida…Sozinho!!!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tormentos

Abro os olhos e não sei onde estou, estarei ainda a sonhar? Que dor é esta que me dói no peito sem saber a sua causa? A última coisa que me lembro foi pedir para não doer tanto após fechar os olhos para dormir...
Será que doeu?
Ou já estarei de tal forma imune á dor que já não sinta a mais forte das dores?
Será que há dor para alem daquilo que me esta no peito?
Se dói assim de manha nem quero imaginar como será ao adormecer?
Desculpem, mas acho que sei, vou pedir novamente baixinho para não doer muito após fechar os olhos para dormir...cada vez mais reparo que para além de mim há um outro alguém dentro de mim, ou alguém ou outra força, como nenhum dos lados de decide vou andando de um lado para o outro atrás de algo que sei não existe.
A memória do passado invade minha cabeça mil vezes por dia, e com ela as minhas forças são gastas na tentativa de compreender a vida para assim não sentir tanta dor, mas porque não dói tanto durante o dia?
Qual o segredo que a noite tem em relação a nos que nos põe e fracos e pensar que é o fim do mundo só por este acabar mal feche os olhos?
O que liga tanto dois seres humanos ou ate mais?
E porque existe tamanha diferença entre os seres humanos pois uns são capazes de amar como nunca mas outros são capazes de matar por quase nada...serei o único que sente que a maior parte da humanidade esta num rumo sem sentido?
Para onde vou?
Qual é o meu destino?
O que faço aqui? Que poderes terei eu?
Sim puderes pois acredito que temos muitos mais poderes que aqueles que nem sequer conseguimos sonhar!
Quando é que irá parar de doer?
Terei forças para aguentar ate lá?
Onde esta a tal mão que dizem existir sobre nós?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Daquilo que sou

Daquilo que sou, já nada mais resta,
Daquilo que poderia ser, a vida vez questão de arrancar,
Tudo aquilo que me resta é o que me rodeia.
Vejo pessoas e mais pessoas no seu dia-a-dia mesquinho e pergunto se essa mesma pessoa saberá qual o seu lugar.
Porque é que nós, seres humanos impomos limites a nós próprios? Porque é que propositadamente insistimos em criar muros e não deixar que ninguém os passe?
Quando é que alguém vai conseguir quebrar esse ciclo que é a vida e fazer com que algo seja diferente?
Quando falo de diferença não falo no acto de ser diferente, mas sim no processo que tende a ser vicioso, naquilo que é a rotina da vida.
Fazem-nos acreditar em algo maior que nos próprios, abrem-nos os olhos para que vejamos a luz ao fundo do túnel, mas e se eu dizer que não é luz aquilo que brilha, e se eu dizer que não há túnel? Ensinam-nos a viver o presente pois o passado já foi e o futuro virá, por isso temos que aproveitar aquilo que temos…
Quando é que alguém vai dizer ao mundo que basta? Basta de viver apenas o presente, para quê alimentar algo que sabemos não estar completo, toda a gente sabe que não se pode ter presente sem um passado. Que pedem que façamos? Que esqueçamos o passado? Como poderemos viver com ele sem que este seja talvez o mais importante da vida? Como saberei quem sou no presente, ou como saberei o que irei ser se não tiver um passado?

E o futuro? Como é que deverei vê-lo? E a palavra que mais curiosidade me trouxe desde que a conheci, a palavra é “destino”. Engraçado como com um simples pensamento conseguimos mudar o lógico e virar um sentido ao contrário para que faça ainda mais sentido.
O passado está passado, e só nos falta conhecer o futuro não é verdade? Errado! O futuro é algo que já está determinado á muito tempo, todas as nossas opções já estão reservadas, nós apenas vamos fazer a escolha daquilo que nos é dado a escolher. Nós não somos senhores de criar nada, pois somos apenas habitantes neste planeta. Alguém disse, “na natureza nada se cria tudo se transforma”, e se repararem bem é assim com tudo o que conhecemos, inclusive nós próprios. Ora se é a natureza quem muda as coisas é sinal que ao Homem só lhe é permitido gozar aquilo que a natureza lhe dá. O futuro é algo que o planeta já tem reservado á muito tempo, pois não se trata de criar o futuro mas sim escolher o caminho a tomar e assim seguir um caminho já traçado, a diferença é que poucos se apercebem que a vida é muito mais do mesmo, não passa de uma simples rotina.......

Amizade


Ter um amigo é como ter um espelho.
Que fala o que precisamos ouvir,
Que nos ouve sem bocejar,
E ter a voz do outro lado,   
Quando há decisões para tomar.

Um amigo não é para rir,
Muito menos para chorar,
Um amigo é para dividir,
Toda a escola que a vida nos vais dar.

Por quantas vezes pensamos nós,
Que um amigo se pode trocar,
Enganam-se os que nessa voz,
Agem sem neles pensar.

A amizade não se vê,
Não se compra em cafés e bares,
A amizade pura não se confunde,
Por entres diversos e outros lugares.

Amizade é para sentir,
Sentir mas sem reparar,
Pois se de algo vamos fugir,
Incrivelmente estará lá para nos ajudar.

Ajudar não para correr,
Mas sim para nos chamar,
Para que a realidade eu possa ver,
E a ti meu amigo nunca abandonar.

Acerca de mim

A minha foto
porto, gondomar, Portugal